segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A moda volta a brilhar

(1946 – 1956 – Feminilidade e conformismo)

        A guerra tinha chegado ao fim, mas o clima austero e o racionamento ainda sobreviviam. A Europa estava sob forte influência dos EUA já que estavam financiando a reestruturação do país.
        O estilista Louis Réard lançou o traje de banho denominado “Bikini”. O estilista Cristian Dior se destacou com suas produções refinadas estilo romântico com saias cheias, ombros e cintura justos. Outro estilista que inovou a moda da época foi Cristóbal Balenciaga tinha um estilo moderno, ele brincava com a mistura de cores. Produziu trajes para mulheres de todas as estaturas e pesos, utilizou de recursos como a cintura mais alta para alongar a mulher.
        Jacques Fath brilhava entre as mulheres altas e magras. Ele criou vestidos-tubo que delineava as curvas femininas, colarinhos altos que cobria todo o pescoço e laços grandes em torno da cintura.
        A imprensa reconhece que moda é noticia que vende e os estilistas agradecem tal reconhecimento, o lucro era certo. Enquanto os estilistas de Paris, Itália e França esbanjavam requinte com a alta-costura os EUA se firmavam com produção de roupas prontas que iam desde trajes de banho à roupas de lazer e formais.
         Depois do sucesso com as mulheres Dior enxerga a necessidade de desenvolver modelos masculinos já que estes em sua maioria haviam deixado uma guerra no qual suas vestimentas eram uniformes militar. Ele despertou a atenção de outros estilistas e de outros países que começaram a produção de peças masculinas em larga escala. Os homens usavam o trivial, um conjunto de calça e palitó bem cortados de cores escuras de risca de giz ou preto para o dia e a noite e o marinho e o cinza para o dia, acompanhados de chapéu-coco e o traje esportiva tinha que ser completo de acordo com o esporte escolhido.
          A moda masculina foi evoluindo 1950, primeiro para os europeus o visual com jaqueta longa, estreita e botões altos e calças estreitas, sem barras italianas com acessórios, chapéu-coco, guarda-chuva dobrado ou bengala com castão de prata e sapatos tipo Oxford. Para os americanos um estilo mais jovial, as jaquetas com corte reto e folgado com lapelas largas e as calças com bocas largas. A tendência evoluiu para o informal com as jaquetas curtas e justas com lapelas estreitas, as calças eram de boca apertada e os sapatos eram estreitos e pontudos.
           Cada dia que se passava a informalidade tomava conta da moda e tanto as mulheres quanto os homens se adentravam a ela, mas deveria permanecer a elegância mesmo no estilo desleixado. As mulheres usavam suéteres largos com saias ou calças justas e os homens usavam algodão sarjado e jaquetas da força aérea. Maquiagens voltaram a ser produzidas em grande variedade de produtos e cores. Os acessórios também voltaram a ser produzidos com força e as recomendações de revistas de moda era que deveriam combinar quando em conjunto.

A constante busca pela beleza no período de guerra

(1939 – 1945  - A moda racionada e o estilo caseiro)
         Um período um tanto complicado para a moda, se a década anterior foi marcada pela recessão esta seria vamos dizer de repressão. Apesar do período sombrio marcado pela guerra os estilistas não perderam o entusiasmo e bom gosto com criações práticas, ainda permanece o estilo camponês romântico na produção dos trajes, surgiu os casacos com capuzes, toucas de dormir, pijamas de cetim, saias cheias, sobressai o drapeado.
        Durante todo o período de hostilidade a produção de tecidos voltou-se para fins relacionados com a guerra. A Lã era usada para produção de uniformes e a seda para produção de pára-quedas, mapas e bolsas de pólvoras. Devido a necessidade a empresa americana têxtil Du Pont desenvolveu uma fibra sintética o Nylon que inicialmente em 1940 era usada para fabricação de meias e logo em seguida roupas intima.
         Era um período de muitos conflitos e interesses diversos, em 1940 os Alemães ocuparam Paris interrompendo a divulgação que era executada pela imprensa a outros países, fato que desestimulou vários estilistas de nacionalidade não Francesa que emigraram para outros países.
         Houve valorização dos preços dos produtos de luxo, pois eram exportados da França para Alemanha. A moda teve regressão nos conceitos de beleza já adquiridos. Faltava matéria prima para fabricação de sapatos e roupas; os estilistas foram limitados tanto na qualidade, com regulamentação de modelos retos, sem bolsos, dobras e barras, quanto na quantidade de suas criações. A população passou por privações do básico para a sobrevivência. As mulheres reaproveitavam roupas velhas e recriavam modelos a partir dos prontos.
         A ordem era racionar ao máximo e para tanto surge mais uma tendência, com menos formalidade, as vestimentas masculina se restringia a duas peças, camisas ou pulôveres de pescoço aberto com calça de flanela, saem a gravata, o terno e a gravata.
         Os grandes astros do cinema continuavam a difundir a moda e instigar a beleza feminina. A indústria de cosméticos também passava por recessão, mas as mulheres cultivavam suas belezas com simplicidade e produtos naturais. Escovavam seus cabelos para dar brilho no lugar da brilhantina, dividir os cabelos para o lado de dia e penteados para cima em ocasiões festivas e as unhas eram polidas na falta do esmalte.
         Depois deste período tumultuado e incerto Paris perdeu lugar de destaque na moda para outros lugares fazendo que seus estilistas se unissem a outras economias onde pudessem tirar proveito com seus trabalhos. A feminilidade estava de volta com combinações de cores vibrantes com uso de decotes ovais e princesa e mangas japonesas resgatando a cultura do Japão.

O uso da criatividade na moda frente a dificuldade econômica

(1930 – 1938 Recessão e Escapismo)
          Um período marcado pelo declínio da economia mundial com a instabilidade do mercado de ações de Nova York. Empresas dos mais variados ramos estavam sofrendo pois os Estados Unidos (EUA) era um grande consumidor de seus produtos e serviços, crescia assim, o índice de desemprego,  com a indústria da moda não foi diferente. Os EUA era o maior pólo consumidor das peças produzidas por estilistas de Paris o então motivador da moda mundial.
          Os profissionais da moda foram obrigados a se recolocarem no mercado. Toda suas bagagens repletas de cultura requintada sofreram profundas mudanças, surge então novas tendências. Foi desenvolvido trajes românticos, roupas esportivas formais para as varias categorias de esportes além de trajes de proteção impermeáveis.
          Grandes estilistas, costureiros e bordadores foram obrigados a baixarem seus preços e criarem uma moda mais versátil e barata. Há relatos de que o conceituado estilista Chanel reduziu seus preços a metade, já o respeitado Bordador Lesage se adaptou a diferentes estamparias baratas.
          Os EUA monopolizavam o mercado de moda de roupas prontas com estilo esportivo informal e tamanhos padronizados. Alguns estilistas americanos como Dorothy Shaver da Lord & Taylor, Claire McCardell da Towley Frocks, os Nova Yorkinos Muriel King pela produção de peças de roupas intercambiáveis, Lilly Daché pelos belos chapéis e Hattie Carneggie se destacaram pela desenvoltura entre as dificuldades. A moda feminina o visual cotidiano por roupas mais sensuais que acentuassem os curvas femininas, os corpetes cederam lugar aos sutiãs
          A década de 30 foi marcada pela beleza associada à saúde. O cuidado com o corpo por meio de exercícios físicos também poderia ser desenvolvidos por mulheres. Com o corpo mais trabalhado houve aceitação do uso de shorts, meias soquetes e roupas de banho com mais curtas e com leve decotes nas costas.
          Os exuberantes vestidos de linho, seda e casacos de pele de raposa prateada e macaco, conhecidos como “astracã” foram substituídos por tecidos mais leves e mais baratos como o piquê de algodão, cambraia, musselina e organdi.
          Uma vez que as roupas se destacavam pelos cortes arrojados e tecidos com novas estamparias e semelhança com material sintético nada mais justo que os acessórios acompanharem esta evolução. Ganharam destaque os cintos com fivelas chamativas de pedras e brilhantes, as bolsas e sandálias combinavam com a roupa em tecido e cor. Nesta época surge o sapatos de biqueira aberta os tão conhecidos peep toe e em meados de 1936 surge pelo Francês Roger Viver os saltos-plataformas.
         A indústria cinematográfica também sofreu influência dos estilistas Adrian, Walter Plunkett, Travis Banton e Orry-Kelly que tinham a missão de criar modelos para vestir os atores de Hollywood e mal sabiam eles que estas obras virariam tendências e vestiriam pessoas do mundo todo.
         Para beneficiar a classe pobre que não podiam dispor de tal luxuria a moda vigente podia ser copiada por catálogos e revistas de encomenda postal.
         Os trajes masculinos também eram inspirados em astros do cinema como o grande Gary Cooper. A moda masculina estava esbanjando o físico com paletós  mais justas, curtas e bolsos que diferenciava o corte reto.
         A década de 30 para a moda foi cheia de oscilações culturais, políticas e econômicas. A moda sofreu influência do Escapismo por vários estilistas, do Neoclássico de Alix e Vinnot com todos os seus pensados, drapeados e dobras e por último do Surrealista de Schiaparelli com criação de coleções temáticas, musical, circo dentre outras.