segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O uso da criatividade na moda frente a dificuldade econômica

(1930 – 1938 Recessão e Escapismo)
          Um período marcado pelo declínio da economia mundial com a instabilidade do mercado de ações de Nova York. Empresas dos mais variados ramos estavam sofrendo pois os Estados Unidos (EUA) era um grande consumidor de seus produtos e serviços, crescia assim, o índice de desemprego,  com a indústria da moda não foi diferente. Os EUA era o maior pólo consumidor das peças produzidas por estilistas de Paris o então motivador da moda mundial.
          Os profissionais da moda foram obrigados a se recolocarem no mercado. Toda suas bagagens repletas de cultura requintada sofreram profundas mudanças, surge então novas tendências. Foi desenvolvido trajes românticos, roupas esportivas formais para as varias categorias de esportes além de trajes de proteção impermeáveis.
          Grandes estilistas, costureiros e bordadores foram obrigados a baixarem seus preços e criarem uma moda mais versátil e barata. Há relatos de que o conceituado estilista Chanel reduziu seus preços a metade, já o respeitado Bordador Lesage se adaptou a diferentes estamparias baratas.
          Os EUA monopolizavam o mercado de moda de roupas prontas com estilo esportivo informal e tamanhos padronizados. Alguns estilistas americanos como Dorothy Shaver da Lord & Taylor, Claire McCardell da Towley Frocks, os Nova Yorkinos Muriel King pela produção de peças de roupas intercambiáveis, Lilly Daché pelos belos chapéis e Hattie Carneggie se destacaram pela desenvoltura entre as dificuldades. A moda feminina o visual cotidiano por roupas mais sensuais que acentuassem os curvas femininas, os corpetes cederam lugar aos sutiãs
          A década de 30 foi marcada pela beleza associada à saúde. O cuidado com o corpo por meio de exercícios físicos também poderia ser desenvolvidos por mulheres. Com o corpo mais trabalhado houve aceitação do uso de shorts, meias soquetes e roupas de banho com mais curtas e com leve decotes nas costas.
          Os exuberantes vestidos de linho, seda e casacos de pele de raposa prateada e macaco, conhecidos como “astracã” foram substituídos por tecidos mais leves e mais baratos como o piquê de algodão, cambraia, musselina e organdi.
          Uma vez que as roupas se destacavam pelos cortes arrojados e tecidos com novas estamparias e semelhança com material sintético nada mais justo que os acessórios acompanharem esta evolução. Ganharam destaque os cintos com fivelas chamativas de pedras e brilhantes, as bolsas e sandálias combinavam com a roupa em tecido e cor. Nesta época surge o sapatos de biqueira aberta os tão conhecidos peep toe e em meados de 1936 surge pelo Francês Roger Viver os saltos-plataformas.
         A indústria cinematográfica também sofreu influência dos estilistas Adrian, Walter Plunkett, Travis Banton e Orry-Kelly que tinham a missão de criar modelos para vestir os atores de Hollywood e mal sabiam eles que estas obras virariam tendências e vestiriam pessoas do mundo todo.
         Para beneficiar a classe pobre que não podiam dispor de tal luxuria a moda vigente podia ser copiada por catálogos e revistas de encomenda postal.
         Os trajes masculinos também eram inspirados em astros do cinema como o grande Gary Cooper. A moda masculina estava esbanjando o físico com paletós  mais justas, curtas e bolsos que diferenciava o corte reto.
         A década de 30 para a moda foi cheia de oscilações culturais, políticas e econômicas. A moda sofreu influência do Escapismo por vários estilistas, do Neoclássico de Alix e Vinnot com todos os seus pensados, drapeados e dobras e por último do Surrealista de Schiaparelli com criação de coleções temáticas, musical, circo dentre outras.

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